quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Estudos apontam que não há correlação entre tamanho da hérnia de disco e seus sintomas


Imagens não podem determinar a  necessidade de cirurgia!!!!
Antes de se submeter a uma cirurgia, opte por um bom tratamento conservador.  
Estudos apontam que não há correlação entre tamanho da hérnia de disco e seus sintomas.
Acompanhe os estudos apresentados abaixo:

Modic et al.(1995) não observaram relação de dor e incapacidade com o tamanho do disco herniado, comportamento ou tipo de hérnia. Matsubara et al. (1995), ao relatarem sobre 32 pacientes de disco lombar herniado tratados conservadoramente observaram em estudos por Ressonância Nuclear Magnética (RNM) repetidos feitos na fase aguda, aos 6 e 12 meses após apresentarem as seguintes reduções da área transeccional do tamanho do canal vertebral da herniação, que:

  • a RNM original mostrou que o canal vertebral ocupado pelo disco herniado era 32%, 29% seis meses após e 25% um ano após.
  • O tamanho da herniação do diosco havia diminuido 20% em 34% dos pacientes, de 10 a 20% em 28% dos pacientes e permaneceu inalterado em 38% dos pacientes após 1 ano.
  • Sintomas e sinais não estão relacionados com o grau de redução da herniação do disco.
Imagens não determinam o tratamento ou a necessidade de cirurgia.

Gonski (1995) relata que a imagem não decide o tratamento a ser empregado em cas de hérnia. Observações clínicas não evidenciaram que imagens de RNM determinam se a cirurgia é indicada.
Boos et al. (1995) observaram que:
  • 96% dos pacientes com sintoma de dor lombar e/ou ciática apresentaram evidências de herniação do disco ao exame de RNM (o que já era esperado)
  • Entretanto, 76% dos pacientesassintomáticos mostraram tambémuma herniação do disco na coluna lombar ao exame de RNM.
Fonte: J.M.Cox.- Low back pain- mechanism, diagnosis and treatment (Dor lombar- mecanismo diagnóstico e tratamento). Ed. Manole, 6 edição


quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Cirurgias sendo indicadas sem necessidade.


24.05.12 05:34
Por: Jorge Brandão | Comentários: 2 Comentários
Por: CLÁUDIA COLLUCCI
DE SÃO PAULO
Cirurgias de coluna, especialmente as de hérnia de disco, estão na mira do governo dos EUA. Os custos com esse procedimento passaram de US$ 345 milhões em 1997 para US$ 2,24 bilhões em 2008.
Como pano de fundo, há os conflitos de interesses entre cirurgiões e a indústria de próteses (pinos, placas e outros materiais), que já estão sendo investigados pelo Congresso.
A suspeita é que os médicos estariam indicando cirurgias desnecessárias em troca de comissões.
Um relatório divulgado em 2011 pelo “Wall Street Journal” mostrou que cinco cirurgiões do Norton Hospital, no Kentucky, receberam, cada um, US$ 1,3 milhão da Medtronic, líder em dispositivos para cirurgia na coluna.
A empresa afirmou que o dinheiro se refere a royalties, porque os médicos ajudaram no desenvolvimento dos dispositivos. O curioso é que esses médicos estão entre os que mais indicam as cirurgias no sistema público de saúde americano, o Medicare.
Só os parafusos usados para perfurar a coluna custam US$ 2.000 cada um. Mas, segundo o Medicare, o custo de fabricação não passa de US$ 100.
“Você pode facilmente colocar US$ 30 mil em materiais durante uma cirurgia de hérnia de disco”, diz Charles Rose, cirurgião de coluna da Universidade da Califórnia que criou o grupo “Associação de Ética Médica” para combater os conflitos de interesse.
“Muitas cirurgias estão sendo feitas em situações em que não há evidência de que vão funcionar”, afirmou à Folha Rosemary Gibson, autora do livro “The Treatment Trap”.
TAMBÉM NO BRASIL
No Brasil, a situação é parecida, segundo o cardiologista Bráulio Luna Filho, conselheiro do Cremesp (Conselho Regional de Medicina). “O problema é que ninguém denuncia. Mas o que anda acontecendo é criminoso.”
Segundo ele, o Cremesp discute criar uma resolução estadual que discipline os conflitos de interesses na área de medicamentos e de dispositivos.
“Sabemos dos exageros, mas fazemos de conta que não sabemos”, diz Guilherme Barcellos, pesquisador especializado em conflitos de interesse.
Em 2010, o CFM (Conselho Federal de Medicina) publicou uma resolução que proíbe comissões para a prescrição de materiais implantáveis, órteses e próteses. A resolução também impede que o médico exija a marca do material a ser usado.
Fonte: Folha.com